terça-feira, 25 de setembro de 2007

CONHECIMENTO

EDUCAÇÃO
Professoras e professores tem uma atividade que exige sacrifícios e causa desgaste acima do considerado normal. Tanto é que a legislação, reconhecendo isso, lhes permite aposentar-se com menor tempo de serviço que a maioria dos outros trabalhadores.
Infelizmente a sociedade não tem reconhecido os sacrifícios despendidos pelo professor, considerando-o como um profissional de nível inferior.
O que ocasiona a ocorrência dessa injustiça?
O que pode ser feito para corrigi-la?

Os egressos do sistema de educação são como os produtos que o povo denomina de “paraguai”: de má qualidade.
A causa não é a má qualidade da matéria prima e, sim, o trabalho a que foi submetida, a ineficiência da mão de obra que os manipulou, orientada por processos duvidosos.
Antes, o aluno conseguia um diploma depois de quatro anos de escolaridade. Hoje são necessários oito anos para conseguir o primeiro diploma oficial.
O tempo de escolaridade dobrou, no entanto, muitos alunos, hoje, saem com esse diploma, que lhes custou o dobro do tempo, menos preparados do que os alunos de antigamente.
Isso não é novidade, mas as deficiências têm se acentuado no decorrer do tempo.
No passado, nenhum aluno “tirava” o diploma do quarto ano sem saber ler razoavelmente, sem Ter a tabuada decorada e sem saber desempenhar as quatro operações aritméticas. Não havia outra escolha a não ser saber esse mínimo ou abrir mão do diploma.
O lecionar era um sacerdócio, o professor, como a maioria dos profissionais de então, tinha vergonha de apresentar um produto mal feito, tinha orgulho do que fazia e se empenhava para fazê-lo o melhor possível. Tinha o reconhecimento da sociedade e autoridade para desempenhar seu papel.
Não era uma educação democrática, pelo contrário, era absolutista, ditatorial mesmo. Transmitia verdades consideradas absolutas, sem aceitar questionamentos, com disciplina militar, não vacilando em aplicar castigos para conseguir seus objetivos. O professor não era um carrasco, muito pelo contrário, a maioria tratava os alunos como filhos, se preocupava com eles e usava a disciplina rígida e os castigos porque acreditava que era a melhor maneira de conseguir a melhor educação. Professores e pais acreditavam que disciplina rígida, castigos e verdades absolutas eram necessidades para a formação do indivíduo.
Palmatórias, ajoelhar no milho, chapéu de burro, ficar de pé no canto da sala olhando para o encontro das paredes, escrever dezenas de vezes a mesma palavra ou frase. Eram punições comuns e não contestadas. A educação era uma espécie de doma , como a que prepara o animal para o trabalho.
Olhando aquilo, desde hoje, nos parece um absurdo inaceitável, verdadeira agressão aos direitos humanos, à dignidade do indivíduo, uma fábrica de traumas.
Aquele sistema rígido e agressivo não impediu que muitos homens e mulheres se destacassem na sociedade como bons profissionais, artistas, intelectuais, políticos, etc. Aquele tipo de educação não impediu a sensibilidade, a racionalidade, o mínimo de liberdade inata disponível ao indivíduo. Desse sistema saíram grandes contestadores, revolucionários, inventores, em fim, promotores do progresso e do conhecimento hoje disponível.
Foram os oriundos desse sistema educacional que se revoltaram contra ele, apontando o exagero, tanto nas agressões físicas, quanto no dogmatismo pretendido. A crença de que a racionalidade era suficiente para influenciar os indivíduos, guiando-os pelos melhores caminhos, propiciando-lhes felicidade e convívio harmonioso, propiciou o exorcismo do antigo método educacional.
O ser humano é um animal racional, diferente de todos os outros; por isso não poderia ser tratado como estes, domado, treinado para determinadas condições. Ele deveria ter as características, que o diferenciavam dos outros animais, valorizadas e usadas para uma educação mais eficiente, mais produtiva, mais eficaz, em fim, humana.
A crença em teorias que alegavam conhecer características da mente humana, do seu funcionamento biológico, físico e psicológico; levaram à criação de métodos baseados nesse conhecimento, buscando não agredir o físico nem o psicológico, empenhando-se em atingir o indivíduo por caminhos acreditados possíveis, mais eficientes e menos agressivos.
A eliminação da agressividade e do dogmatismo demonstrou que era possível educar com bons resultados. A mudança de métodos não impediu o surgimento de pessoas sensíveis, inteligentes, profissionais de qualidade, artistas, intelectuais, em fim, tudo de bom que se pode esperar de seres humanos. Portanto, ficou evidente que agressividade e dogmatismo são totalmente dispensáveis para propiciar ajuda ao indivíduo para se tornar bom, útil, desfrutar e propiciar felicidade. Oferecer-lhe capacidade para usar o conhecimento existente, questionando-o, aperfeiçoando-o e aumentando-o.
Porém, observa-se que, paralelamente a esses indivíduos, a quem a educação propiciou desenvolver seu potencial, merecedores de admiração; caminham multidões de outros que, quando não são apáticos, são causadores de todo tipo de problema, tanto para si, quanto para a sociedade como um todo. Muitos deles são oriundos de famílias similares e freqüentaram as mesmas escolas que os bem sucedidos. Parece que o novo sistema mostrou capacidade para propiciar o bem e o bom, no entanto, se mostrou incapaz de evitar o ruim e o mal.
Por mais que nos custe e doa, parece evidente que existe propensão inata para o bem e para o mal. Que para uns, basta a educação enquanto, para outros, é necessário algum tipo de contenção, barreiras que dificultem o mal potencial que pretende dominá-los.
Antigamente, o autoritarismo era a única opção. Agora, embora ele continue existindo, camuflado, travestido em inúmeras formas; está acompanhado de inúmeras teorias defendendo, cada uma, a primazia de ser a melhor para educar. Fica evidente que o excesso de opções limita a liberdade, dificultando a escolha de que caminho seguir, aumentando o risco de emaranhar-se nas opções, misturando métodos contraditórios, gerando confusão, maior gasto de tempo na busca de justificativas do que na análise de resultados e busca de soluções.
TEORIAS MODERNAS
Que teorias existentes podem explicar o que acontece com os alunos, que provoque comportamentos e reações tão distintas? Que métodos podem garantir um aproveitamento razoável a todos os alunos? Se existem, por que não estão disponíveis a todos?
Por que ser coniventes com a mediocridade, se podemos, sem maior esforço, lutar contra ela?
É fundamental admitir que não temos a solução, propiciando a busca que nos leve a ela.
A primeira tentativa deve ser investigar as teorias existentes para verificar se elas oferecem caminhos viáveis para a solução. Essa pesquisa pode revelar o que seria aproveitável e aplicável, mostrando a necessidade do que falta e que precise ser buscado.
Mesmo que uma teoria não possa ser totalmente aceita, isso não impede que apresente pontos positivos que possam ser pinçados e aproveitados.
O que não puder ser resolvido pelo conhecimento existente, deve ser pesquisado, investigado, na busca do que possa ajudar na solução.
A pesquisa sobre o conhecimento existente, deve ser isenta de dogmatismo, de fanatismo e de veneração a pensadores ou paradigmas. É preciso, a partir dos efeitos, buscar as causas e o que pode influenciá-las para conseguir efeitos desejáveis.

VONTADE
Segundo Schopenhauer, ao tomar consciência de si, o homem se experiencia como um ser movido por aspirações e paixões. Estas constituem a unidade da vontade, compreendida como o princípio norteador da vida humana. Voltando a olhar para a natureza. O filósofo percebe esta mesma vontade presente em todos os seres, figurando como fundamento de todo e qualquer movimento. Para Schopenhauer, a vontade corresponde à coisa em si, ela é o substrato último de toda realidade.
A vontade, no entanto, não se manifesta como um princípio racional, ao contrário, ela é o impulso cego que leva todo ente, desde o inorgânico até o homem, a desejar sua preservação. A consciência humana seria uma superfície, tendendo a encobrir, ao conferir causalidade a seus atos e ao princípio do mundo, a irracionalidade inerente à vontade. Sendo deste modo compreendida, ela constitui, igualmente, a causa de todo sofrimento, uma vez que lança os entes em uma cadeia perpétua de aspirações sem fim, o que provoca a dor de permanecer algo que jamais consegue completar-se. Segundo tal concepção pessimista, o prazer consiste apenas na supressão momentânea da dor, esta é a única e verdadeira realidade.

Para os filósofos Santo Agostinho e Descartes, vontade e liberdade são a mesma coisa: a faculdade através da qual somos dignos de louvor, quando escolhemos o bom, e dignos de reprovação, quando escolhemos o mau.
Agostinho e Descartes concordam em que o fato de nós humanos termos vontade nos torna responsáveis pelas nossas decisões e ações. A dimensão moral do homem decorre do fato dele ter vontade.

As teses defendidas por Shopenhaur, Descartes e Santo Agostinho, nos chamam a atenção para a importância da vontade no ser humano e nos provocam a refletir sobre a influência que ela exerce na vida dos indivíduos.
Ter vontades satisfeitas, gera felicidade. Quando não satisfeitas, geram infelicidade. Portanto, é natural que a tentativa de satisfação de vontades seja tentada. Ansiedade e motivação poderão interferir significativamente na tentativa de satisfação de vontades.
Vontades podem ser criadas ou eliminadas pelo indivíduo?
Há indicativos bastante fortes de que, pelo menos, parte das vontades não dependem do indivíduo, nem para surgirem, nem para serem eliminadas. Tão fortes quanto as vontades de conseguir, são as de repudiar.
Por outro lado, é evidente que podemos agir sobre as vontades, incentivando-as ou reprimindo-as.
Quem nunca sentiu grande vontade de esmurrar alguém que o tenha prejudicado? De comprar algo que não podia pagar? De comer ou beber algo que sabidamente lhe faria mal? Quem nunca sentiu vontade de ficar na cama, num dia frio e chuvoso, deixando de ir ao trabalho ou à escola? Não eliminamos tais vontades, simplesmente as reprimimos, baseados na racionalidade ou na moral.
Repudiar é ter vontade de negar, de não fazer, de evitar. Quem não repudia a perda, o prejuízo, a dor?
É evidente a existência de vontades que demandam satisfação com tanta força, que o indivíduo não consegue opor-se-lhe, por mais que se esforce por consegui-lo. É o caso de algumas paixões e das dependências (de drogas, por exemplo). Há pessoas capazes de verdadeiras loucuras, por não resistir aos apelos da paixão. Dependentes de drogas, quando o sofrimento pela falta dela e pelas conseqüências da vida em que está metido, é extremamente mais forte que o prazer pelo uso; esforçam-se para manter-se abstêmios, mas não conseguem, por mais que se esforcem.
É possível identificar se a força do indivíduo é pequena para resistir a uma vontade ou a força da vontade é que é maior, ainda que a dele seja bastante grande?
Existem métodos infalíveis para resistir a qualquer vontade?
ANSIEDADE E MOTIVAÇÃO
Para evitar interpretações errôneas, vamos definir ansiedade e motivação:
ANSIEDADE: Força que nos impele a conseguir rapidamente a satisfação de vontades, desconsiderando razão, moral ou quaisquer outros valores.
MOTIVAÇÃO: Força que nos move a buscar satisfação de vontades, dando-nos força para tentar, disposição para agir, esperança de conseguir e paciência para esperar.
Tanto uma como a outra, nos impele a tentar satisfazer vontades. A ansiedade, no entanto, é egoísta, irracional e irresponsável, desconsiderando os riscos e prejuízos que sua satisfação poderá causar. Só a sorte pode nos livrar das armadilhas que essa busca de satisfação pode nos aguardar. A ansiedade não ajuda em absolutamente nada, é fonte de sofrimento e causa de prejuízos.
A motivação, ao contrário, é a fonte de energia da vida, nos possibilita enfrentar as maiores dificuldades como se não fossem simples obstáculos que podem ser vencidos. Ela permite que busquemos satisfação, respeitando valores, com responsabilidade, mantendo a dignidade, sem culpas, em busca de prazer e felicidade.
Buscar e valorizar motivação, lutando contra a ansiedade, é indispensável para buscarmos satisfação de vontades, que nos propiciem felicidade.
Não podemos criar motivação, nem eliminar ansiedade, pura e simplesmente. Elas são acessórios de vontades. Cabe-nos lutar para valorizar a motivação e lutar contra a ansiedade. É preciso Ter consciência do que nos é possível e do que não; para não desperdiçarmos forças, dirigindo-as para onde poderão propiciar-nos melhores resultados.
A ansiedade está presente na dependência, como a de drogas, de jogo. Em todas as paixões, causando angústia, forçando satisfações inconseqüentes , cobrando o que não é devido. Ela causa atropelos, desperdício de oportunidades, perdas irreparáveis na dignidade, na moral, na auto-estima. No aprendizado, por exemplo, ela nos força a Ter pressa, não dando o tempo necessário para fixar e compreender o conhecimento, causando perda de tempo, obrigando-nos a voltar N vezes para reaprender o que já acreditávamos saber. Ela nos acena com possibilidades de felicidade imediata, que na maioria das vezes é ilusória; desviando-nos do caminho que poderia nos levar à felicidade intensa e mais duradoura.
A ansiedade não é algo que se possa desligar. Ela acontece na maioria dos indivíduos, se não em todos. O que varia entre os indivíduos é a intensidade em que ela acontece. Num mesmo indivíduo, o nível de intensidade pode variar no decorrer do tempo. Há casos em que ela pode ser considerada patológica e a psiquiatria e a psicologia se consideram aptas a enfrentá-la. O importante é saber que ela existe, que pode ter força maior do que a disponível no indivíduo para enfrentá-la e que é preciso opor-se a ela, tentando evitar os males que pode causar.
A ansiedade impede a construção de sonhos, pois estes são constituídos de vontades cuja satisfação sabemos não ser possível a curto prazo, que exigem tempo e trabalho para serem realizados.
Os sonhos são importantes na medida que alimentam boas esperanças de felicidade. Muitas vezes, o sonho oferece felicidade e, não raro, a satisfação da vontade que o gerou, causa frustração. Daí a grande importância dos sonhos: eles significam esperança, exigem paciência, motivam, fornecem alguma felicidade só pela perspectiva de que um dia se realizem, e não são ansiosos.
Nunca é demais lembrar que a felicidade é o objetivo da vida. Que ela depende da satisfação de vontades, que são afetadas por motivação e por ansiedade. Que não depende de nós criá-las ou eliminá-las, pois são autônomas e de origem misteriosa. Portanto, só nos resta apelar para a racionalidade e para a moral, tentando administrar a vontade, em busca de satisfações que propiciem felicidade, reagindo a vontades que causem sofrimento e prejuízos. Podemos dizer que qualidade de vida é resultado da administração de vontades.
SOFRIMENTO
Há pessoas com extrema resistência ao sofrimento enquanto, outras, não suportam nem os menores.
A resistência à vontades, à sua satisfação, implica em sofrimento. Quanto maior a dificuldade para suportar sofrimento, maior a dificuldade para resistir à vontades.
Um indicativo da força da vontade, é a submissão do indivíduo a riscos e sofrimentos muito grandes, para tentar satisfazer sua vontade. Um dependente de drogas enfrenta o risco de ser preso, ferido e, até morto, para conseguir satisfazer a vontade de consumir a droga; suportando, ainda, grandes humilhações e total perda da dignidade. Crianças, mesmo sabendo que sofrerão bastante, arriscam-se a satisfazer vontades que sabem proibidas.
Se algumas vontades forem inevitáveis e sua força irresistível, é preciso encontrar meios de enfrentá-las, sabendo-se que ameaças de sofrimento não serão suficientes, para enfrentá-las. Pode haver casos em que só nos reste atenuar-lhe os efeitos e preparar-se para sofrer as conseqüências.
Uma coisa parece evidente: as vontades tem escala de valor e prioridade. A que se apresente mais forte e prioritária enfraquecerá a necessidade de satisfação das outras. Se pudermos valorizar e priorizar uma vontade benéfica, em detrimento de outra, causadora de problemas, será uma opção para vencer a indesejável.
Outra coisa a ser considerada, é a possibilidade de permanência da vontade não satisfeita, que ficou eclipsada pela força e prioridade de outra. O fanatismo religioso, por exemplo, tem propiciado que dependentes de drogas se mantenham abstêmios. No entanto, enfraquecida a fé ou tendo o indivíduo acesso à droga, a vontade pode ressurgir com toda a intensidade.
Como conseguir que alunos se motivem a estudar? Como evitar que vontades ansiosas causem grandes prejuízos a ele e à sociedade?
Será que recompensas por comportamentos adequados e pequenos castigos pelos inadequados, podem ser solução para o comportamento de todas as crianças?
Pelo exposto acima, indivíduos são influenciados por vontades em intensidades diferentes, têm capacidade de resistir a sofrimento, também variável, portanto, é muito difícil estabelecer padrões de comportamento para premiar ou castigar, suficientes e necessários para uma coletividade.

DISCIPLINA
O respeito a direitos e deveres é um bom parâmetro para estabelecer disciplina. Pode-se dizer que a disciplina é necessária para que a satisfação da vontade de um, não violente o direito de outros. Quem tente desrespeitar direitos alheios, deverá ser contido, por meios capazes de evitar que isso aconteça, sem ultrapassar a medida suficiente. Que limites podem garantir que um indivíduo respeite direitos alheios, limitando-se à suficiência? Será possível padronizá-los?
COMPREENSÃO DA VONTADE
Um aluno, antes de mais nada, é um indivíduo sujeito a influência da vontade. Se considerarmos a força possível com que ela pode tentar a satisfação, poderemos verificar a influência disso na vida dele. O que a educação tem feito para informá-lo disso e oferecer conhecimentos para que ele possa interferir na vontade?
Que métodos existem para agir sobre a vontade do aluno, possibilitando controlá-lo e mostrando-lhe o que pode fazer para administrar sua vontade, analisando-a racionalmente, possibilitando aproveitar o bom e defender-se do mau, incentivando ou reprimindo a satisfação?
Um aluno que reaja à educação, que a repudie, dificilmente poderá ser influenciado por ela e aproveitar o que ela pode oferecer-lhe. Nessa situação, os conhecimentos que forem tentados incutir-lhe, terão valor desprezível, terá sido trabalho desperdiçado.
Pelo exposto, a vontade deveria receber a maior atenção dos responsáveis pela educação, objetivando potencializar suas características benéficas e conseguindo meios de combater o que ela pode provocar de mau.

Há que se refletir sobre um critério que o ministério da educação vem aplicando: ele premia com equipamentos e material, os municípios que melhor se classificam no IDEB. A princípio parece um contra-senso: ajudar os melhores, equipando-os com maiores facilidades, enquanto os piores continuam sem incentivo e ajuda extra.
Não quero crer que ele proceda assim para punir os que ocupam as mais baixas posições na classificação.
Por um lado, ele pode acreditar que isso provocará os municípios com índices mais baixos a se esforçarem para melhorar e conseguir o benefício disponível.
Por outro, reconhecer que, tendo limitações nos recursos, é preferível aplicá-lo em quem tem melhor capacidade de aproveitá-los, limitando-se a oferecer o mínimo àqueles que têm menos capacidade de aproveitamento.

ANEXOS
Vontade é a capacidade através da qual tomamos posição frente ao que nos aparece. Diante de um fato, podemos desejá-lo ou rejeitá-lo. Ante um pensamento, podemos afirmá-lo, negá-lo ou suspender o juízo.
Para os filósofos Santo Agostinho e Descartes, vontade e liberdade são a mesma coisa: a faculdade através da qual somos dignos de louvor, quando escolhemos o bom, e dignos de reprovação, quando escolhemos o mau.
Agostinho e Descartes concordam em que o fato de nós humanos termos vontade nos torna responsáveis pelas nossas decisões e ações. A dimensão moral do homem decorre do fato dele ter vontade.
Em Agostinho, a escolha digna de reprovação é pecado. Em Descartes é erro. O pecado é uma falta religiosa oriunda da vontade. O erro é uma falta moral ou epistêmica. Moral quando a falta oriunda da vontade é prática. Epistêmica quando a falta oriunda da vontade é teórica.
Agostinho e Descartes também concordam em afirmar que o fato de termos vontade não só nos torna responsáveis por nossos atos e decisões como também livra Deus de qualquer responsabilidade sobre a mesma, tal como explica a teodicéia.

VONTADE
Iveraldo Amboni Filho

A vontade é conceituada como sendo a capacidade de associar o "livre arbítrio e o determinismo". O próprio indivíduo tem a opção de escolher se faz ou não faz determinado ato, julgando, avaliando sugerindo e opinando sobre suas próprias ações; a resolução depende só da vontade própria. Os atos podem ser decorrentes de vontade ou de impulsos ou de instintos. Os atos da vontade ocorrem com representações conscientes do fim, com conhecimentos dos meios e das conseqüências.
Os impulsos são atos sem conteúdo e sem direção, aparecem subitamente e geralmente com conseqüências danosas. O indivíduo se entrega de maneira passiva e cega, ignorando o objetivo. São exemplos de impulsos patológicos: piromania, toxicofilia e cleptomania.
DESJO
Em filosofia, o desejo é uma tensão em direção a um fim considerado pela pessoa que deseja como uma fonte de satisfação. É uma tendência algumas vezes consciente, outras vezes inconsciente ou reprimida. Quando consciente, o desejo é uma atitude mental que acompanha a representação do fim esperado, o qual é o conteúdo mental relativo à mesma. Enquanto elemento apetitivo, o desejo se distingue da necessidade fisiológica ou psicológica que o acompanha por ser o elemento afetivo do respectivo estado fisiológico ou psicológico.
Tradicionalmente, o desejo pressupõe carência, indigência. Um ser que não caressesse de nada não desejaria nada, seria um ser perfeito, um deus. Por isso Platão e os filósofos cristãos tomam o desejo como uma característica de seres finitos e imperfeitos.








As camadas da vontade
índice




Ressoa o som do shofar. Um grito profundo, mas totalmente simples, uma nota livre das nuanças da música racional. Um grito totalmente simples que desperta a alma da criação para um compromisso renovado com o esforço da vida.Assim os cabalistas descrevem o drama cósmico que se repete a cada ano, conforme o mundo "adormece" na véspera de Rosh Hashaná e é "despertado" na manhã seguinte pelo som do shofar.
Ao final de Yom Kipur o toque do shofar ressoa como um anúncio de uma conexão forte, reafirmando nossa fé em um D’us único e na esperança de um ano melhor e na realização de todos nossos sonhos.
Mas o que significa dizer que o mundo está adormecido?Como o toque do shofar restaura a consciência e vitalidade da criação?Devemos primeiro examinar a dinâmica de "vontade" em nossa própria vida. Pois como nos revelaram os Sábios do Talmud: "Como a alma preenche o corpo, assim D’us preenche o mundo."As camadas da VontadeNenhuma ação é realizada sem ser estimulada pelo motor da vontade. Mas a vontade tem muitas camadas. Existe a camada mais externa, que dirige diretamente nossas ações. Depois há a vontade mais profunda, sob esta vontade externa que, por sua vez, contém uma vontade mais profunda, que é uma conseqüência de uma vontade ainda mais profunda, e assim por diante.
O momento é agora e a "bolsa de futuros" é hoje!

Assim, o relacionamento entre a vontade e a ação não é estático, mas sujeito a mudanças e flutuações. Certas vezes, o nível mais interior da vontade preenche nossas ações, vivificando-as com o desejo e a satisfação que as motivam. Outras vezes, nossos atos podem ser inertes e letárgicos, apoiados apenas pelo aspecto mais superficial de nossa vontade.Para ilustrar, tomemos o exemplo de uma pessoa que é diretor de uma grande empresa. Nosso empresário realiza muitas coisas no decorrer do dia - acorda cedo, dirige-se ao escritório, atende clientes, programa uma agenda repleta de compromissos, e assim por diante. No nível mais básico, estas ações são impulsionadas pela vontade de fazê-las: ele quer sair da cama, deseja ligar o carro, tem vontade de atender clientes – se não quisesse fazer estas coisas, não as faria. Mas por que ele deseja fazer estas coisas? Por causa de uma vontade subjacente de que seus negócios sobrevivam e prosperem. Mas por que ele quer que os negócios sobrevivam e prosperem? Porque isso lhe traz renda e prestígio – se isso não acontecesse, ele não desejaria ter um negócio. Se analisarmos mais profundamente, o desejo por dinheiro e status brotam de ânsias ainda mais profundas – o desejo por alimento, abrigo e aceitação por parte dos amigos – os quais, por sua vez, são extensões do desejo, intrínseco a toda criatura, de continuar a existir. Isso não significa que toda vez que nosso homem de negócios pega o telefone o faz porque sente que sua própria existência depende disso. De fato, ele nem precisa ser convencido que a ação lhe proporcionará um lucro, ou mesmo que é crucial ao funcionamento de seu negócio. Em última instância, porém, o ato de erguer aquele telefone "contém" a totalidade da vontade que o impulsiona, incluindo sua mais profunda causa das causas.Esta "vontade interior" é a alma de sua ação. Assim, há uma qualidade na maneira pela qual o proprietário de um negócio apanha o telefone e demonstra um desejo e comprometimento mais profundo que o do funcionário mais dedicado.
Há vezes nas quais uma pessoa reavalia aquilo que faz. O negócio está realmente dando lucro? É isso que desejo fazer com minha vida?

Há vezes nas quais uma pessoa reavalia aquilo que faz.O negócio está realmente dando lucro? Está atendendo a minhas necessidades? É isso que desejo fazer com minha vida?Seu verdadeiro envolvimento com o negócio continua como antes. Ele continua a levantar da cama pela manhã, continua a dirigir até o escritório, etc. Ele continua a "querer" realizar estas ações no nível mais externo da vontade. Porém os profundos elementos de sua vontade não estão mais ali. Pode-se dizer que o negócio está "adormecido," animado apenas pela camada mais externa de sua alma.Então acontece algo para reacender o desejo de nosso homem de negócios. Talvez ele veja um número lucrativo no balanço anual, ou uma projeção mais promissora para o futuro. Ou então um determinado acordo que incorpora tudo aquilo que ele ama em seu negócio, tudo que reafirma sua auto-visão e complementa suas metas. Suas ações, s ecas e mecânicas em seu ínterim contemplativo, são novamente infundidas com vida. É aí que o negócio desperta de seu sono. Ao ligar sua vida com valores mais profundos, ao fazer um balanço de todos seus atos – "investimentos" – que cobrem o curto, médio e o longo prazo, ele descobre que é possível mudar, que o momento é agora e que a "bolsa de futuros" é seu presente. Uma bela maneira de domar a vontade é apontá-la na direção correta. É por isto que ao escutar o som do shofar penetrando em nossos ouvidos, captamos suas vibrações que percorrem nossos canais interiores, rompendo nossas "cascas" e chegando lá, em nosso maior investimento: nossa neshamá, alma judaica.Ela ultrapassa todos os limites de todas as previsões de todas as bolsas de valores. Nossa Torá e nossas mitsvot: estas ações é que contam!





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Desejo
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Nota: Para outros significados de Desejo, ver Desejo (desambiguação).

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Em filosofia, o desejo é uma tensão em direção a um fim considerado pela pessoa que deseja como uma fonte de satisfação. É uma tendência algumas vezes consciente, outras vezes inconsciente ou reprimida. Quando consciente, o desejo é uma atitude mental que acompanha a representação do fim esperado, o qual é o conteúdo mental relativo à mesma. Enquanto elemento apetitivo, o desejo se distingue da necessidade fisiológica ou psicológica que o acompanha por ser o elemento afetivo do respectivo estado fisiológico ou psicológico.
Tradicionalmente, o desejo pressupõe carência, indigência. Um ser que não caressesse de nada não desejaria nada, seria um ser perfeito, um deus. Por isso Platão e os filósofos cristãos tomam o desejo como uma característica de seres finitos e imperfeitos.
Tradicionalmente, os filósofos viram o Bem como o objeto do desejo. Atualmente isso é questionado.
"O desejo não é sempre ou talvez nem mesmo freqüentemente do Bem ou do Racional, como os filósofos têm freqüentemente compreendido essas noções."
Richard Moran, "Replies to Heal, Reginster, Wilson, and Lear", p. 472 (em Philosophy and Phenomenological Research, volume LXIX, número 2, setembro de 2004, páginas 455-472).
Índice
[esconder]
1 Metafísica
2 Epistemologia
2.1 Desejo como atitude mental
2.2 Desejos de ordem superior
3 Ética
3.1 Estoicismo
3.2 Epicurismo
4 Veja também
[editar] Metafísica
O desejo é um tipo de sentimento. Isso significa que ele faz parte do sujeito, agente ou pessoa, sem fazer parte do mundo, a não ser na medida em que a pessoa faz parte do mundo. O desejo é uma atitude mental do sujeito em relação ao mundo (ver abaixo a seção 'Epistemologia'). É subjetivo, não objetivo.
[editar] Epistemologia
O desejo é um tipo de sentimento. Isso significa que temos acesso imediato e não-inferencial ao mesmo. Ainda assim, estamos sujeitos ao auto-engano e outras falhas relacionadas ao autoconhecimento na exteriorização dos nossos desejos.
[editar] Desejo como atitude mental
Em epistemologia, desejo é um tipo de atitude mental. Os desejos podem ser atitudes mentais proposicionais ou acusativas. Quando se apresenta como atitude proposicional, trata-se de um desejo que certo estado de coisas se dê no mundo. Quando se trata de uma atitude acusativa, trata-se do desejo de certa coisa ou objeto.
[editar] Desejos de ordem superior
Pode haver desejos de ordem superior, isto é, desejos em relação aos nossos desejos. Harry Frankfurt explora os desejos de ordem superior na sua explicação do livre arbítrio. São exemplos de desejos de ordem superior:
Desejar x, e desejar desejar x.
Desejar x, mas desejar desejar não-x.
Desejar x, mas desejar não ter desejo em relação a x.
Desejar x, e ser indiferente sobre desejar x (não ter desejo de segunda ordem).
Ser indiferente sobre x, e desejar a indiferença sobre x (não ter desejo de primeira ordem).
Ser indiferente sobre x, mas desejar desejar x (não ter desejo de primeira ordem).
Ser indiferente sobre x, e ser indiferente sobre desejar x (não ter desejo nem de primeira nem de segunda ordem).
[editar] Ética
O desejo foi tema importante das configurações da ética como morais metafísicas, tais como as que encontramos no estoicismo e no epicurismo.
[editar] Estoicismo
Para os estóicos, a felicidade está não em desejar que ocorra o que queremos, mas, ao contrário, em desejar o acontecimento. Sêneca pregava o estoicismo antes de 50 d.C.
[editar] Epicurismo
Para os epicuristas, a felicidade e mesmo a riqueza está em desejar ou querer apenas aquilo que já se tem.
Classificação dos desejos segundo Epicuro
Desejos naturais
Desejos frívolos
Necessários
Simplesmente naturais
Artificiais
Irrealizáveis
Para a felicidade (ataraxia)
Para a tranqüilidade do corpo (proteção)
Para a vida (nutrição, sono)
Variações de prazeres, busca do agradável
Exemplo: riqueza, glória
Exemplo: desejo de imortalidade

Ver artigo principal: Pensamentos de Arthur Schopenhauer.
O pensamento de Schopenhauer parte de uma interpretação de alguns pressupostos da filosofia kantiana, em especial de sua concepção de Fenômeno. Esta noção leva Schopenhauer a postular que o mundo não é mais que Representação. Esta conta com dois pólos inseparáveis: por um lado, o objeto, constituído a partir de espaço e tempo; por outro, a consciência subjetiva acerca do mundo, sem a qual este não existiria. Contudo, Schopenhauer rompe com Kant, uma vez que este afirma a impossibilidade da consciência alcançar a Coisa-em-si, isto é, a realidade não fenomênica. Segundo Schopenhauer, ao tomar consciência de si, o homem se experiencia como um ser movido por aspirações e paixões. Estas constituem a unidade da Vontade, compreendida como o princípio norteador da vida humana. Voltando o olhar para a natureza, o filósofo percebe esta mesma Vontade presente em todos os seres, figurando como fundamento de todo e qualquer movimento. Para Schopenhauer, a Vontade corresponde à Coisa-em-si; ela é o substrato último de toda realidade.
A vontade, no entanto, não se manifesta como um princípio racional; ao contrário, ela é o impulso cego que leva todo ente, desde o inorgânico até o homem, a desejar sua preservação. A consciência humana seria uma mera superfície, tendendo a encobrir, ao conferir causalidade a seus atos e ao próprio mundo, a irracionalidade inerente à vontade. Sendo deste modo compreendida, ela constitui, igualmente, a causa de todo sofrimento, uma vez que lança os entes em uma cadeia perpétua de aspirações sem fim, o que provoca a dor de permanecer algo que jamais consegue completar-se. Segundo tal concepção pessimista, o prazer consiste apenas na supressão momentânea da dor; esta é a única e verdadeira realidade.

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Contudo, há alguns caminhos que possibilitam ao homem escapar da vontade, e assim, da dor que ela acarreta. A primeira via é a da arte. Schopenhauer traça uma hierarquia presente nas manifestações artísticas, na qual cada modalidade artística, ao nos lançar em uma pura contemplação de Idéias, nos apresenta um grau de objetivação da vontade. Partindo da arquitetura como seu grau inferior, ao mostrar a resistência e as forças intrínsecas presentes na matéria, o último patamar desta contemplação reside na experiência musical; a música, por ser independente de toda imagem externa, é capaz de nos apresentar a pura Vontade em seus movimentos próprios; a música é, pois, a própria vontade encarnada. Tal contemplação, trazendo a vontade para diante de nós, consegue nos livrar, momentaneamente, de seus liames.
A arte representa apenas um paliativo para o sofrimento humano. Outra possibilidade de escape é apontada através da moral. A conduta humana deve voltar-se para a superação do egoísmo; este provém da ilusão de individuação, pela qual um indivíduo deseja, constantemente, suplantar os outros. A compreensão da Vontade faz aparecer todos os entes desde seu caráter único, o que leva, necessariamente, a um sentimento de fraternidade e a uma prática de caridade e compaixão.
Entretanto, a suprema felicidade somente pode ser conseguida pela anulação da vontade. Tal anulação é encontrada por Schopenhauer no misticismo hindu, particularmente o Budismo; a experiência do Nirvana constitui a aniquilação desta vontade última, o desejo de viver. Somente neste estado, o homem alcança a única felicidade real e estável.
A filosofia de Schopenhauer influenciou marcadamente vários pensadores, entre os quais destacam-se: Nietzsche, Hartmann, Simmel, Bergson e Freud

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